Eu sou eu

Agitou a mão e disse com um espanador invisível,

Que sacudia um pouco de poeira,

E eles? Eles anotavam tudo.

Uma espanada e já era a Harappa,

Uma espanada e já era a Ur na Caldéia

Uma espanada vai aranha e a teia.

Uma espanada Babilônia e Tebas,

Uma espanada Cnossos e Micenas

Uma espanada tudo vira nada.

Não existe estabilidade social,

Sem a estabilidade individual.

Setenta e duas mil repetições,

Fazem as competições.

Uma espanada, onde está Ulisses?

Uma espanada, onde estará Jô?

Uma espanada e já era júpiter.

Uma espanada Gotama e Jesus,

Uma espanada, Atenas e Roma.

Uma espanada e o Império do meio vira nada.

Eu sou eu,

E bem quisera não ser.

Querer algo buscar,

Sem saber onde está.

Gustavo Barreto
Enviado por Gustavo Barreto em 12/08/2007
Código do texto: T603966
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