CARTA MARCADA

Quem não teve um amor
Para dar
Nem estória para poder
Contar
É que a vida não é só
Feita de coisas ruins
São pedaços, são marcas
Em mim
É o combustível que move
A paixão
O retrato falado da traição
Impulsiona o poder da razão
Se o destino encontrasse com
O tempo
Perdoaria o sofrimento e onde
Habitam o ódio e o rancor
Seriam lançados ao ventos
É o que se houve falar
Um raio não cai no mesmo
Lugar
Entre o confronto com a voz
Do interior, essa briga marcada
Causando-lhe dor
É o repertório da gente que
Vai repetir
A cortina do palco da vida
Começa a cair
É o palhaço que morre no
Meio da cena
Entre gritos e aplausos da
Plateia pequena
Senão tiver o dom do
Partir
Na hora da raiva vai morrer
De rir
Entre o culpado há sempre um
Vilão
O intruso em tua união
É o coringa de carta marcada
Uma mulher a ser crucificada
Na boca do povo onde foi
Difamada
Se o destino encontrasse com
O tempo...
Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 14/04/2017
Reeditado em 22/08/2019
Código do texto: T5970848
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