LAMENTO DE UM NEGRO
Meu Senhor onde estás meu
Lamento de dor?
Entre as matas seu negro
Chorou
Amarrado em um tronco invocou
Não me deixe tão só
Nessa imensidão!
Meu sangue, meu suor e meu cansaço
Misturado na minha oração
Ah! esse negro trazido da África
Com os deuses dos seus ancestrais
Entre vozes sussurros e danças
Os homens trabalham nos canaviais
O pilão é socado entre vozes
Interrompida pelo malfeitor
No ferro a chibata já estala
E o negro caindo sangrando
De dor ôôô
Onde estás o lamento que
O negro traz
Entre rezas seus Orixás
Onde a estrela não brilha mais
Onde o céu não tem cores
Lá na imensidão
Meu sangue, meu suor e meu cansaço
E meu povo marcado pela Escravidão