JAZ UM ARTISTA
A vida lhe foi meio às avessas, esbanjava talento e expressava emoção.
Artista das tintas diversas fumava seu cachimbo com ar bonachão.
Teve duas mulheres honestas e por uma perdeu a razão.
Sentia e fazia a coisa certa, mas sua ira lhe causava tensão.
Era negro na cor da pele...o seu coração tinha cor ou não?
Preconceito social disfarçado isolou meu pai, fez dele solidão.
Hoje jaz um artista, não pinta mais cores, só escuridão.
Tirou sua própria vida, amargou a desilusão. Esqueceu-se de mim e de todos...
Pobre homem sofreu como um cão.
(25/02/1994)