Fundo Mundo

Este fundo mundo

É uma rasura

Nos meus rasos olhos

Há uma fundura

Já bebi da liberdade

Água do caminho meu

Mas ser minha nunca soube

Que será que aconteceu

Este fundo mundo ...

Já provei da inconsciência

De não ser o que eu sou

Mas achei-me pelas ruas

Do meu mundo interior

Este fundo mundo ...

Não procuro que me entendam

Mas me assusta a solidão

Me agarro aos dias velhos

Sem desprezo aos que virão

Este fundo mundo ...

Há cidades no meu peito

Que ninguém vai percorrer

Más estradas maus caminhos

Que eu mesmo fiz nascer

Este fundo mundo ...

Eu te dou os ossos velhos

E o ouro de ninguém

E também a liberdade

De herdar o que não vem

Este fundo mundo

É uma rasura

Nos meus rasos olhos

Há uma fundura

(Pitangui, MG/1970)

(Ritmo: Valseado)

William Santiago e Reinaldo Rohr
Enviado por William Santiago em 05/04/2016
Reeditado em 05/04/2016
Código do texto: T5595678
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