Mãe Terra (Parte II)

o cervo que abre a vegetação

o camponês que nega êxodo

o índio que foge do artifício

o monge que expande o seu ser

cada qual a ponta de uma flecha

sem igual no alvo cancêr-cinza

o vilão não cai perante a guerra

só escorre chorume das feridas

a doença que segue e se propaga

se espalha no ventre da mãe fria

o verde de sua pele empalidece

da lugar ao semblante despedida

culpa de outros filhos tão ingratos

que dão volume ao monstro onipresente

empurram a culpa um no outro

e juntos se afogam no presente

e o futuro que não vejo?

(sorry mom)

e esse breu que tanto invade?

(sorry mom)

no brinde de seu final infeliz

gaia misturou pranto com riso

os extremos do leito preenchidos

por apenas quatro de seus filhos:

o cervo

o índio

o camponês

o monge

xxyyxxyy
Enviado por xxyyxxyy em 24/03/2016
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