Mãe Terra (Parte II)
o cervo que abre a vegetação
o camponês que nega êxodo
o índio que foge do artifício
o monge que expande o seu ser
cada qual a ponta de uma flecha
sem igual no alvo cancêr-cinza
o vilão não cai perante a guerra
só escorre chorume das feridas
a doença que segue e se propaga
se espalha no ventre da mãe fria
o verde de sua pele empalidece
da lugar ao semblante despedida
culpa de outros filhos tão ingratos
que dão volume ao monstro onipresente
empurram a culpa um no outro
e juntos se afogam no presente
e o futuro que não vejo?
(sorry mom)
e esse breu que tanto invade?
(sorry mom)
no brinde de seu final infeliz
gaia misturou pranto com riso
os extremos do leito preenchidos
por apenas quatro de seus filhos:
o cervo
o índio
o camponês
o monge