Centro velho

Um traço de pó de lapela manchada de batom

Um só caminho pra tantos destinos que o deixam só

Eu só quero que do muro não se apaguem

As malditas, bem escritas ilusões

E tente olhar pro céu

E tente olhar pra cima

A nuvem carregada que esconde

A mancha cinza do anel

Barracos de zinco contrastam com barcos na beira do cais

Enquanto mansões se afastam do centro em busca de paz

Nessas ruas, poças d´água se alimentam

Dos detritos dessa nobre construção

O povo que insiste um dia verá o que aconteceu

Com a fama que ostenta orgulhoso de ser um imenso hotel

Que abriga mais um alto juro cobra

Que extrai sem piedade o sumo teu

De todas as drogas que usei

A que me vicia é você