Falsos Profetas
Eu vi o Pássaro correndo
Pelas rotas lá do ar
Eu pedi que me trouxesse
Aquilo aquele se é que há
E ganhei mais que o pedido
Me alegrei posso optar
E começaram a me enganar
E fiquei rico de repente
Tanta coisa pra ensinar
Assentaram-se os discípulos
Em toda vaga do lugar
Tinha mais conhecimento
Que areia à beira-mar
E mudava a água em vinho
Peixe e pão a multiplicar
Perguntava o que queriam
Era só requisitar
Do meu feixe de milagres
Podia tudo se tirar
Continuava a enganar
Mas veio um pediu certeza
Outro a luz ... e como dar?
Me perdi no que queriam
E a nenhum soube agradar
E partiram insatisfeitos
Quase como ao chegar
E já não pude enganar
E os tantos falsos profetas
Pelo mundo a se espalhar
Cada qual no seu engano
No seu erro a mergulhar
Cuida que há sempre um
Em toda hora e lugar
‘Stão por aí a enganar
(Ritmo: balada)
(Pitangui, MG, 1971)