O OCRE E O CARMIM

Não tem face nem nome

Só sente sede e fome

E procura por mim

Traz avalanches secretas

Eternas promessas

De anseios sem fim

Gosta de se achar poeta

Deságua em ondas e cores

Nada pede pra si

Quando invade é sem juízo

Desfralda lágrimas e riso

Flor pra quem tudo é jardim

Às vezes vou com ela

Quebro algumas vidraças

Vento o ocre e o carmim

Me disseram que é Iansã

Rompendo os ares

Troando em mim

Acho que não tem nome

É coisa que dá em gente

E insiste em existir

Só sei que me faz sentido

E a despeito da tortura

Pode ventar, pode vir

Nanu
Enviado por Nanu em 22/10/2015
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