SAMBA EM MARCAÇÃO
Meu samba chegou devagar.
Arteiro.
Tinha tanto a te dizer;
Mas ficou pelo meio
Perdido na solidão.
Por entregar-se a um coração
Desnaturado, desprovido de paixão.
Agora vivo em desalinho.
Voando meio tristonho.
Sem lugar para pousar.
E repousar essa paixão.
Que me consome por inteiro.
Que arde que nem braseiro.
E que chora ao som da cuíca.
E das batidas doidas de um surdo em marcação.
Mas meu samba sempre renova, pois é samba
Não é chorão,
Quando se abre na avenida.
Que vem abaixo enlouquecida.
Numa explosão.
Incontida de paixão.
De amor
E de Ilusão.