SAMBA EM MARCAÇÃO

Meu samba chegou devagar.

Arteiro.

Tinha tanto a te dizer;

Mas ficou pelo meio

Perdido na solidão.

Por entregar-se a um coração

Desnaturado, desprovido de paixão.

Agora vivo em desalinho.

Voando meio tristonho.

Sem lugar para pousar.

E repousar essa paixão.

Que me consome por inteiro.

Que arde que nem braseiro.

E que chora ao som da cuíca.

E das batidas doidas de um surdo em marcação.

Mas meu samba sempre renova, pois é samba

Não é chorão,

Quando se abre na avenida.

Que vem abaixo enlouquecida.

Numa explosão.

Incontida de paixão.

De amor

E de Ilusão.

Tony Monteiro
Enviado por Tony Monteiro em 01/07/2015
Código do texto: T5296300
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