Viajante
Palavras eram verdades no fragor da ventania
Enquanto raiava o dia da razão, do bem-querer;
Eu saia da cidade pro sertão, sem agonia,
Desatava em cantoria, um turbilhão de renascer.
As flores da paz e as cores da guerra
Misturam-se em mim e em você;
Amore iguais à luz de candeia,
Brincando de sobreviver.
Sou, às vezes, passarinho, outras, ave de rapina;
Predador pegando forte, mas também sei dar amor;
Vez em quando, feito estrelas, viajando pelo tempo;
Cruzando por asteroides que são pessoas como eu.
Que trazem no olhar histórias e lendas;
Contadas pra desencantar,
Os sonhos a mais e as doidas quimeras
São coisas pro vento levar.
Carlinhos Matogrosso