Confluência perigosa

Amigos quase irmãos, baixo, guitarra e batera.

Juntavam-se pra mandar um som, nos churras agitando a galera.

Bebíamos vinho ruim de qualidade duvidosa, comíamos batata hair, no bar das Sra. Bigode.

Tudo me parece perdido, quando penso naquelas baladas.

De cachaça com os amigos sempre bêbados nas madrugadas.

No vazio de um coração partido, que bombeia sangue em minha veia alcoólica.

Sinto falta de me encontrar com a galera, na confluência perigosa.

Hoje prisioneiro numa fornalha astral, infinitamente sem talento, sem mulher e sem amigos.

Os motivos foram perdidos e esquecidos na imensidão solar.

Com os olhos vermelho e a mente em pranto.

Vejo o baixo sem corda em silencio esquecido num canto.

Quando eu consigo sair do bar, eu vejo o sol nascer.

A dor do amor vem me abraçar e traz com ela minha inseparável solidão.

Todo bêbado no fundo é um sofredor, bebe pra esquecer, pra esquecer a própria dor.

Eduardo Perez
Enviado por Eduardo Perez em 02/08/2012
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