Mal mister
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Quando ouço tua voz
Que vagando no ar, bem veloz,
Traz a essência do amor e um perfume
Que me invadem a delirar.
Envolvendo-me inteiro.
Embriagando minh’alma e o coração
Sedentos por te amar.
Ao tocar tua tez
E revelar tua nudez
Sinto a essência e o contorno
Do teu corpo a deslizar
Em minhas mãos atrevidas
Invadindo a guarida do teu fruto:
Tesouro da mulher.
Tens voz suave, és mulher,
Tua vontade é um mal mister
Que jamais ousarei contestar.
Tens na pele um calor incomum
Os teus poros, um a um,
Exalam um convite para amar.
Tua voz,
No ar bem veloz;
Tua tez,
Revelando a nudez...
Seduzem meus ouvidos, minhas mãos...
Incansáveis de buscar
Teu amor pervertido
De um tesão incontido, mas sentimental:
Razão te todo mal,
Amor bandido.
Tens voz suave, és mulher,
Tua vontade é um mal mister
Que jamais ousarei contestar.
Tens na pele um calor incomum
Os teus poros, um a um,
Exalam um convite para amar.
Fortaleza-CE, 12 de outubro de 1999.
00h17min
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Pensamento
Nascemos sozinhos e na morte não será diferente: partiremos na solidão do anonimato. Portanto, por que tanto desejo de posse, de tentar regrar a vida, os sentimentos e os desejos dos outros? As paixões fluem e se diluem com o tempo; o amor se consolida, entretanto. Se o elo inicial, se o furor dos primeiros lampejos do desejo carnal arrefeceu, não serão buscas nem investigações externas que trarão de volta o cristalino sentimento inicial. Noutro sentido, são reformas interiores e o redescobrir-se como pessoa, ao lado do outro, que manterão acesas o desejo e a curiosidade que imantarão qualquer ser humano que esteja ao nosso lado.