Da mesma cor do carvão.

Que sadade daquelas algazarras

No galho do singelo pé de alecrim

As simpáticas e miudinhas cigarras

Até pareciam cantar só pra mim.

Me lembro do rastro das rolinhas

Lá na areia fininha da estrada

E o agil revoar das andorinhas

Numa bela manhã ensolarada.

É o calor da saudade que queima

Como se fosse uma viva brasa

E nessa confusa briga de teima

É a minha imaginação que cria asa.

Me vejo ao redor de uma fogueira

E nos braços uma assanhada viola

Vejo bailando a bonita guria faceira

Aquela mesma da saudade que amola.

Sinto estar cavalgando numa estradinha

Num cavalo da mesma cor do carvão

Chego ouvir o piar de uma codorninha

Se escondendo de um malvado gavião.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 16/06/2012
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