Da mesma cor do carvão.
Que sadade daquelas algazarras
No galho do singelo pé de alecrim
As simpáticas e miudinhas cigarras
Até pareciam cantar só pra mim.
Me lembro do rastro das rolinhas
Lá na areia fininha da estrada
E o agil revoar das andorinhas
Numa bela manhã ensolarada.
É o calor da saudade que queima
Como se fosse uma viva brasa
E nessa confusa briga de teima
É a minha imaginação que cria asa.
Me vejo ao redor de uma fogueira
E nos braços uma assanhada viola
Vejo bailando a bonita guria faceira
Aquela mesma da saudade que amola.
Sinto estar cavalgando numa estradinha
Num cavalo da mesma cor do carvão
Chego ouvir o piar de uma codorninha
Se escondendo de um malvado gavião.