Lá do alto a lua imensa
lança brilhos de emoção.
Cá embaixo um violão
faz sua oração
pra madrugada.
Madrugada sorridente,
vento sopra tão mansinho,
e o orvalho com carinho
vai caindo docemente
sobre a relva despertada
Seresteiro não descança
à janela da amada.
Sua voz apaixonada
faz da gente uma criança,
faz de tudo quase um nada.
Lua vai se espreguiçando,
seu brilhar vai se apagando.
Seresteiro pára agora
já não mais chora
o seu violão
A janela se apagou,
a amada foi dormir,
seresteiro satisfeito
cantou a dor que no peito
só o sabia ferir.