Sublimação
Palavras eram verdades
No fragor da ventania,
Enquanto raiava o dia
Da razão, do bem-querer;
Eu saía da cidade
Pro sertão, sem agonia;
Desatava em cantoria
Num tirbilhão de renascer
As cores da paz, as flores da guerra
Misturam-se em mim e em você;
Amores iguais, à luz de candeias,
Brincando de sobreviver
Sou, às vezes, passarinho,
Outras, ave de rapina;
Predador pegando forte
Mas também sei dar amor.
Vêz em quando, feito estrela,
Viajando pelo tempo,
Cruzando por asteróides
Que são pessoas como eu.
Que trazem no olhar histórias e lendas
Contadas pra desencantar;
Os sonhos a mais, as doidas quimeras,
São coisas pro vento levar.