O TEMPO
autoria e interpretação: Reginaldo Bessa (1978)
O tempo não é, minha amiga,
Aquilo que você pensou...
As festas, as fotos antigas,
As coisas que você guardou.
Os trastes, os móveis, as tranças,
Os vinhos, os velhos cristais,
As doces canções de criança,
Lembranças, lembranças demais!
O tempo não para no porto,
Não apita na curva,
Não espera ninguém ...
Você vem deitar no meu ombro
Querendo de novo ficar...
Eu olho e até me assombro,
Como pode esse tempo passar?
O tempo é areia que escapa
Até entre os dedos do amor.
Depois é o vazio, é o nada,
É areia que o vento levou.
O tempo não para no porto,
Não apita na curva,
Não espera ninguém...
O medo correndo nas veias
deixou tanta vida pra trás...
E a gente ficou de mãos cheias
Com coisas que não valem mais.
E fica um gosto de usado
Naquilo que nem se provou.
A gente dormiu acordado
E o tempo depressa passou.
O tempo não para no porto,
Não apita na curva,
Não espera ninguém...