Filosofismo

Perdi a noção do tempo

Em meio aos alicerces da mentira

Fugindo dos tremores perseguidores

Rufando no meu coração

Meu corpo não obedece o comando

Peregrina por aí atrás de migalhas

Nossos sonhos podem ser espelhos

Mas eles são reais demais

Intrigas decorrentes das palavras

Mas afiadas que a própria faca

Acendendo a chama que corrói

Que me faz fingir indecente

Viver é tão decadente!

Andar por aí sem ter por onde ir

Sou tédio, conformismo em mesa de bar

A solução da agonia do coração é o exílio

Afim de acordar do pesadelo obscuro

Meu companheiro é o escuro

Vago como cão sem dono

Com meus olhos vendados que escondem

A verdade não revelada

Que me faz tremer o tempo todo

ME MOSTREM A VERDADE!

Qual é o gosto da veracidade de um ser humano ateu?

Sem conteúdo, sem cabeça?

Um professor tão estúpido

Um pensate suicida

Meu tempo é empregado para roubar

Mas a sociedade não aguenta tanta realidade

É frágil como um bebê

Retrato de uma falsa inocência

NÃO TENHO CULPA DE NADA!

Eu nunca errei, nunca menti, nunca falei

Só sei que da minha existência

Sobrou apenas um lápis, um papel

E esse filosofismo...