Vestida de cinza.
Falo agora com as flores do campo
Eas pedras que margeam a estrada
A noite igo a luzverde de um pirilampo
Só com a intenção de não estar sozinho.
A minha poesia está vestida de cinza
E até a lua parece brilhar bem menos
Quantas frases tão inseguras e indecisas
E ao invés de perfume rosas exalam venenos.
Tudo parece mais um período sombrio
Onde o que quer encontrar poucos sabem
Um éco ressoando num universo vazio
Onde os decibéis do silencio já não cabem.
Preciso jogar fora inumeras lembranças
Inclusive uma petála que colhi na primavera
Reacapitular itens do estatuto de esperanças
Um instrumento renovado o meu coração espera.