Ocorrência

Chove toda noite pra molhar o solo

Encharcado de lágrimas nesse mundo ilusório

Cansado da rotina, vamos cair pra briga

Do jeito que der

Armado de esperança, confiança e fé

Ciente das barreiras impostas pela vida

Não vou cair nas armadilhas

Vou na luta, seguindo em frente

Mesmo que isso tire a alegria de muita gente

Que só quando me vêem no chão ficam feliz

Gostariam se eu tivesse umas gramas pra entupir o nariz

Ser simples direto com uma bala

Que invade sua sala

E te explica com sangue na sua cara

Que a realidade ta logo em frente no rio cheio de larvas

Na ponte chapada de mendigo

Que por causas das enchentes ficaram sem abrigo

Não ta dando mais pra suportar

Enxergar tanto sofrimento em todo lugar

E a gente vai sobreviver?

De que jeito se o que mais falta nas mesas é algo pra comer

E eu aqui só observando

O quanto a fome anda matando.

Como que eu vou chorar, se não tenho lágrimas

Na quebrada falta luz, comida, água

E pra matar a sede, só no buteco enchendo a cara

E acorda preso em grades

Privaram da pequena liberdade

E o excesso de tempo, domina sua mente

Te faz monstro suicida, não distingui inocente

O sistema fere como uma ferida em aberto

Dinheiro desviado é rápido, lento é só processo

De 2 a 5 anos de espera

Na paciência com esperança que sua pasta seja aberta

Chegou o limite, olhar é triste

Ação regride na intenção do sonho de ter uma twister

E ser o dono da rua e pega todas menina

Só que acabou perdido no vicio da cocaína

Mais que caiu na armadilha imposta pela vida

Abre o olho, pega o verde e relaxa na brisa

Curti tudo o que tem de melhor pela cidade

Os ladrões, os nóias e a falsidade.

Caiocezark
Enviado por Caiocezark em 10/06/2011
Código do texto: T3027132
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