COISAS DE CAMPO E CAMPEIRO
Coisas de campo e campeiro
De madrugada abro a porta do galpão
Bombeia o tempo e vou cevar o mate
Daqui a pouco vou sair pra recolhida
O dia é curto e a noite vem pro arremate
As vacas mansas ruminando na mangueira
A cachorrada na volta da encilha
As silhuetas dos cavalos no potreiro
Se desenham no repecho da coxilha
Vivo do campo e das coisas deste chão
Bendigo a sorte que me deu essa existência
Lidando com as coisas do Rio Grande
Com raízes palanqueadas na Querência
Encilho com capricho o meu Picasso
Ato o laço, não esqueço as choronas
Vou dar costeio para um lote de matreiros
Pra depois voltar aos braços de minha dona
De noite chego ao rancho de minha linda
Flor campeira que perfuma meu viver
Descanso o corpo e minha alma de estância
Então sou campo em cada novo amanhecer
Fabio Prates e Alexandre Martins