Sem Ar

chove chuva, garoa limpa

não pare agora, garota fina

as estradas de nossas vidas

nos arremessam de lá de cima

pra escuridão sempre fria

nem Flórida, nem Ilhas Malvinas

de que adianta raiar o dia

se é impossível viver a vida?

entre ruas e avenidas

os carros passam na despedida

esquecendo como era linda

tua face em fantasias

não esqueça do que sentia

quando via isso e sorria

pois, talvez, lembranças um dia

sejam suas únicas amigas

não vá embora, querida

não perca a hora da partida

fique mais um pouco sozinha

se levaram a casa que era sua

destruindo a garoa que caía

vem a tempestade maldita

que pior hora seria

ter que nascer hoje em dia?

saia de cabeça erguida

saia de onde sempre se escondia

do pilar que se desprendia

dos alicerces na hora da saída

longe do fim, quem diria?

a tempestade ainda caía

martelando sempre em cima

agora viva sem medo da vida

não vou parar

de lutar

Fabio Wasques
Enviado por Fabio Wasques em 21/04/2011
Código do texto: T2923001
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.