Acorda Folião... Já é Carnaval!!!

(A Usina Santa Terezinha e ao Sambafo, anos 70/80)

 

O bafo do Sambafo

No abraço é folião

Marcando o passo

No compasso do samba

Arrastando a multidão.

 

Cidadão chegou à folia

Que majestosa agonia

Tomar umas biritinhas

Contagiando a alegria

Com grande animação.

 

O bafo do Sambafo...

 

Começa na pracinha a anarquia

Harmonia das várias hierarquias

Todo grupo concentrado na zombaria

Melodia Santa Terezinha do carnaval

Abençoado por mais graça da Santa folia.


O bafo do Sambafo...

 

Garantia dos mágicos dias euforia

Anima a alforria do verde canavial

Não discriminado... Só brincando carnaval

Ao som do Sambafo alimentando o coração

Seguia o folião  extravasando o cidadão.

 

O bafo do Sambafo...

 

O som do Sambafo tem o passo

Que funde o abraço mais folião

Disseminando uma grande paixão

Consumada a cada nova ocasião

Ano seguinte surgia novo cidadão.

 

O bafo do Sambafo...

 

De pé em pé com o samba no pé

O povo aglutinava a grande farra

Com a fanfarra de maior folião

Era grande a consumida animação

Do ritmado samba todo campeão.


O bafo do Sambafo...


Até o chão chamava a atenção

Queria uma maior participação

Tremia sem qualquer confusão  

E de casa em casa o canto entoava

Reinava a doce maestria do folião.

 

O bafo do Sambafo...

 

Todos tomavam algumas

Alguns se embriagavam

Uns até tombavam

Cheirando lança perfume

E a bebedeira de folião.

 

O bafo do Sambafo...

 

O som do Sambafo

Desabafa a tristeza

Transforma em leveza

Com muita destreza

E festeja a realeza.

 

O bafo do Sambafo...

 

Meia-noite turbinado na cana

E na ressaca de mais um dia

Onde reinava o frevo noturno

Intervalo da orquestra surgia

A batida do Sambafo se ouvia.

 

O bafo do Sambafo...

 

Grande era a renovada euforia

Com lindas meninas fantasias

Cheias de serpentinas e ousadias

Pedindo licença a "vassourinhas"

O Sambafo dos palhaços assumia.

 

O bafo do Sambafo...

 

Usineiro esperava seus guerreiros

Onde o desafio era subir a ladeira

Ficar em pé naquela bebedeira

Continuar a acolhida brincadeira

Sambando a casa grande hospitaleira.

 

O bafo do Sambafo...

 

Destilando alegria agradecia a melodia

Brindava a folia na humilde fidalguia

Acolhia a todos seus agora baderneiros

Reinavam os escudeiros do ano inteiro

Apoteose Família Santa Terezinha.

 

O bafo do Sambafo

No abraço é folião

Marcando o passo

No compasso do samba

Arrastando a multidão (Bis).

 

Versos para o hoje, que já foi ontem e será do sempre. Gostaria de ter escrito a época essa letra. Mas penso nunca ser tarde para resgatar a ousada criatividade de viver a saudade alimentando a minha humilde poesia, inspirado na arte daqueles memoráveis carnavais. Dedico mais essa estrofe aos que fizeram a Usina Santa Terezinha ser a casa de todos e todas as moradas, o lar e a família, que unidas viviam do trabalho a folia com muita dedicação e sutil alegria. Eterna gratidão. Muito obrigado!

 

Assim a letra continuaria, jamais findaria ao insaciável sabor daqueles dias...

 

Dia após dia assumia o Sambafo com galhardia a folia

Durante a noite contribuía com o Clube Ginásio da folia

Como folião a nossa grande gratidão a vivida animação

Ao Sambafo a memória emoção com o amor do coração

Eterno abraço que hoje com o bafo abafo essa saudade.

 

 

Julio Sergio

Recife-PE.

(26.02.11)