EM BRANCO...

É de noite que eu tenho medo

Essa liberdade vem me aprisionar

É inútil guardar meu segredo

Se meu olhar deixa tudo escapar

Rasgo, mas é desnecessário

As memórias não se rasgam

Tento, queimo as cartas

Mas as palavras que foram lidas

Não se queimam na alma

E gotas de orvalho nas orquídeas

E essa tristeza-saudade que não termina

Pois ainda não sei filtrar

As coisas que me filtram

Por isso o vazio do branco ainda me alucina

Ainda alivia

O que não tem alívio nenhum

Mas que segue me acalmando

Por enquanto entorpecendo...

Lambuzando minha alma em tantos sentimentos secos

Purificando meu corpo de um delicado jeito

Com sua voz, seu olhar, seus dedos...

Até a noite amanhecer

E o branco deixar meu corpo

E eu ter que começar tudo de novo

Sem saber se eu vou ganhar ou perder

Pra essa rotina...

Site Franklin Mano
Enviado por Site Franklin Mano em 21/12/2010
Código do texto: T2683259
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