Uma verdade cruel

Andando por aí

Toda distraída

Meu fone no ouvido

'Tava nem aí pra vida

Não queria saber

O que tava acontecendo

Foi quando eu vi

Uma multidão correndo

Não pensei em ninguém

Apenas em mim

Se era certo ou errado,

Só sei que fiz assim.

Meu individualismo

E a frieza do meu ser

Não me deixavam enxergar nada além

Do que eu queria ver.

Refrão: É individualista

Essa é a verdade

O ser humano é assim

Só segue sua vontade

Só vê o que quer ver

Foi o que entendi

Com a frieza deste ser

O mundo vai cair

Foi então que eu ouvi

Uma senhora cair

Estirada ao chão

E de sangue um borrão

Resolvi voltar atrás

E tentar ajudá-la

O tiro que ela tomou

A fez perder a fala

Eu fiquei perdida

Sem ação ou reação

Minha mente em loucura

Tudo uma confusão

REFRÃO

Nada a fazer

E nada a falar

Só olhei os olhos dela

E sua expressão a desmanchar

"Corra, minha querida,

Tente escapar"

Com lágrima nos olhos

Foi o que a ouvi falar

Naquele momento

Muito eu sofri

Com a mão tremendo

Pensei baixo e respondi:

"Me perdoe, meu Pai

Mas não posso ficar.

Vá com Deus, minha senhora,

Ele irá te acompanhar"

REFRÃO

Até chegar em casa

Só pensava em correr

O tempo todo agachada

Buscando me proteger

No primeiro baixo muro

Fiz questão de pular

Pois meu medo foi maior

Que a vergonha de entrar

Ao chegar em casa

Me pus a chorar

Os flashes repetidos

Não me deixavam relaxar

Durante muito tempo

Eu me condenei

Sabendo que falhei

E em nada ajudei

Mas talvez seja verdade

Não há o que sentir

Pois neste mundo asqueroso

É cada um por si.

REFRÃO