Mar, Rio, Ana...

Pra que correr se eu não sei pra onde vou

Pra que ficar se eu não sei se aqui estou

Pra que partir se eu tenho minha viola

E se ela me consola aos lugares longe eu vou

Pra que tanta certeza na sorte

Se a vida em ode é morte

Forte forte o que ficou

Pra que a guerra se eu tenho o amor

Se a paz que me entorpece causa dor

Pra que a dor se eu tenho minha viola

E se ela me consola sozinho jamais estou

Pra que esquecer se o mar é um caminho

Barco mesmo anda sozinho

Que jamais se ancorou

O homem que tem fome vê a imagem do senhor

Um beijo de partida que profana a própria dor

Pra que chorar se a esperança me adora

E por dentro me devora o coração lhe restou

Pra que sofrer se o desejo é vizinho

Com promessas de carinho

De um porto que encontrou

Carneiro de Lima
Enviado por Carneiro de Lima em 24/08/2010
Código do texto: T2457555
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