Vadeante

Faz tanto tempo que eu não leio

Mas eu creio

Que vim do seio da antiga sagade libertação

Se a lida corta pelo meio meu anseio

De um devaneio brota a fantasia de rebelião

Há muito tempo que saio na vento

Que perco o acento de muitas palavras

Se bem que tento mas não me aguento

Quase me arrebento com as minhas mágoas

Palavra quando perde a graça

É que nem cachaça em boca de dragão

Quando eu falava coisas lá na praça

Arrastando a massa pra revolução

Se o tempo fecha e fica feio, não vadeio

Não atravesso o vau de nem um rio

Nessa escuridão

Do meu cavalo sem arreio não apeio

E chego o reio que essa minha lida

É lida de peão

Há muito tempo tá fechando o cerco

Mas eu não me perco cá no meu caminho

Caminho lento muito bem atento

Revirando o vento feito um passarinho

Eu já não falo nada mais na praça

Arrastando a massa pra revolução

Porque palavra quando perde a graça

É que nem cachaça em boca de dragão

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 27/02/2010
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