Matinada
Berros, sussurros "tá" na matinada
entre a voz de um cantador
boiando a vida, rimando versos
antes da tarde, do sol se pôr.
E esse canto logo desencanta
num outro homem a destruição
é fogo nas matinhas verdes
se vai mais uma linda plantação...
Eu peço a Deus que não me dê
a riqueza, a ambição
tudo perderei se depender
de ver um pássaro no chão.
E chega a noite clara, enluarada
os grilos cantam, não há trovão
os ventos sopram, não fazem nada
é a riqueza desse meu sertão.