Matinada

Berros, sussurros "tá" na matinada

entre a voz de um cantador

boiando a vida, rimando versos

antes da tarde, do sol se pôr.

E esse canto logo desencanta

num outro homem a destruição

é fogo nas matinhas verdes

se vai mais uma linda plantação...

Eu peço a Deus que não me dê

a riqueza, a ambição

tudo perderei se depender

de ver um pássaro no chão.

E chega a noite clara, enluarada

os grilos cantam, não há trovão

os ventos sopram, não fazem nada

é a riqueza desse meu sertão.

Robson Ruas
Enviado por Robson Ruas em 29/01/2010
Reeditado em 21/10/2014
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