NO SINAL AMARELO
O sinal fechado, os carros parados,
a rua se transforma em palco.
Um rosto, um menino que sonhava em ir pro circo.
O frio estampado na tremura dos seus lábios.
De repente, o inesperado,
a arte se transforma em fato.
No sinal amarelo, o desespero:
“Menino vê se toma jeito”.
Lá se foi a sua adolescência no chão pintado de vermelho.
E quem perdeu não fui só eu,
aquela dor não se explica.
Alguém falou:
“Pobre coitado, agora pode dormir sossegado.”
Mas, no sinal amarelo, o desespero:
“Menino vê se toma jeito”.
Lá se foi a sua adolescência no chão pintado de vermelho.
Ele tinha um irmão, a mãe doente,
não sabia onde estava o pai, e mesmo assim,
exercia o sorriso na esperança de um dia ir pro circo.
Mas, no sinal amarelo, o desespero:
“Menino vê se toma jeito.”
Lá se foi a sua adolescência no chão pintado de vermelho.
Fique aqui, não vá embora!
Quem disse que homem não chora?
O futuro me apavora...
E até agora, não consegui dormir