NO SINAL AMARELO

O sinal fechado, os carros parados,

a rua se transforma em palco.

Um rosto, um menino que sonhava em ir pro circo.

O frio estampado na tremura dos seus lábios.

De repente, o inesperado,

a arte se transforma em fato.

No sinal amarelo, o desespero:

“Menino vê se toma jeito”.

Lá se foi a sua adolescência no chão pintado de vermelho.

E quem perdeu não fui só eu,

aquela dor não se explica.

Alguém falou:

“Pobre coitado, agora pode dormir sossegado.”

Mas, no sinal amarelo, o desespero:

“Menino vê se toma jeito”.

Lá se foi a sua adolescência no chão pintado de vermelho.

Ele tinha um irmão, a mãe doente,

não sabia onde estava o pai, e mesmo assim,

exercia o sorriso na esperança de um dia ir pro circo.

Mas, no sinal amarelo, o desespero:

“Menino vê se toma jeito.”

Lá se foi a sua adolescência no chão pintado de vermelho.

Fique aqui, não vá embora!

Quem disse que homem não chora?

O futuro me apavora...

E até agora, não consegui dormir

Sidney Silepse
Enviado por Sidney Silepse em 14/07/2009
Reeditado em 17/01/2016
Código do texto: T1698226
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