Fagulhas da Vida
Registrada no CCB
FAGULHAS DA VIDA
Autor: Heliodoro Morais
(A)
Hoje eu vi nos seus olhos, palavras que a boca se nega a dizer
Senti seu beijo frio congelar minha alma, mas pude entender
Mantive a calma e calei meu protesto
Seu corpo falava através dos seus gestos
Que esse grande amor, se um dia foi tanto, agora acabou
Você que já não clama pelos meus carinhos
Mostrou-me a rua, apontou meu caminho
Foi um sonho desfeito, fagulhas da vida que o vento levou
Nem um gesto de afago, nem mesmo um abraço me deu dessa vez
Somente abriu a porta e me deixou entrar, esboçando um talvez
Antes me recebia de braços abertos
E agora é distante, mesmo estando tão perto
Como se entre nós dois não tivesse existido o que a gente passou
Deitou-se em nossa cama e deixou-me sozinho
Apagando a chama acesa em nosso ninho
E então dormiu tranqüila, quem sabe buscando outro sonho de amor
Ninguém mais se arrisca a dizer te amo...eu quero você
Nos tornamos estranhos, ambos sem ter coragem de se reconhecer
Gemidos de prazer, hoje são de lamento
Como pode morrer tão grande sentimento
Como almas iguais tomam rumos opostos, quem pode explicar
Já que não é amor, não existe mais nada
Vou jogar a toalha e seguir minha estrada
Vou me prender no medo e fechar o meu peito pra nunca mais amar