Meia idade.
Rap, para o Gabriel.
Essa vida é engraçada;
Nós vivemos num dilema.
Ninguém quer morrer tão jovem;
Mas a idade é um problema.
Já estou na meia idade;
Já perdi os meus cabelos.
E os dentes, que calamidade;
Nem me olho no espelho.
Fico olhando meu avô;
Que sofre de pressão alta.
Não consegue ler mais nada;
Por caisa da catarata.
Ele tem uma joanete;
E só anda de chinelos.
Por causa da diabetes;
Disse adeus aos caramelos.
Também tem labirintite;
Gastrite e tendinite.
Artrose e esclerose.;
Rinite e osteoporose.
Eu náo sei o que é melhor;
Morrer jovem ou bem maduro.
Mas isso não depende de nós;
À Deus pertence o futuro.
Por isso digo moçada;
Vivam felizes e antenados.
Pois a vida depois dos setenta;
É canseira e enfado.
Morrer novo eu não quero;
Me incluam fora dessa.
Mesmo cansado, é sério;
Prefiro fazer hora extra.