A Sombra De Um Feiticeiro

A SOMBRA DE UM FEITICEIRO

(ALTINO MANOEL)

Olhos vermelhos, observando as portas da percepção,

Querendo ir além do que enxergamos ,para ver um coração.

Céu azul, transformando raios e trovões,

Em estrelas cadentes, em pequenas sugestões.

Reflexo de outra vida nos intercepta,

Estranhas línguas nos deixam calados,

Prontos para implodir com nossos medos,

Nossos próprios terrorismos.

De tanto rezarmos orações incrédulas,

Fomos direto ao centro do inferno,

Brincar com seus anjos, desdenhar de suas criaturas.

Rei Largato sua voz me inebria ,me deixa perto do Fim,

Suas loucuras enfim explodem em mim.

Na escuridão, revertendo sentimentos,

Trazendo de volta uma juventude esquecida ou intocável,

Dilacerada por dogmas e presságios.

Corredor da morte,sorte exposta em nossos credos,

Que solitários, acreditam que sou invencível,

E esperam de mim outra vez a mesma solução.

Cadê os passageiros que estavam esperando na estação?

O trem chegou e quer me levar , quer levar vocês.

Sonhos deixados para lá ,a esmo de nossas vontades,

Percorrendo em nossas veias,nossas próprias leis,

Escritos com diamantes, esculpidos em mármore.