João Tropeiro
Nas paredes do intans
A vida corria em flor
Estribarias de prata
Nas rédeas de petronilio
Manga larga vencedor
Com dois filhos Petronilio
Dividia a região
Maurino, filho mais moço
Ficou junto do seu pai
Cá no Barbosa de cima
Cuidando da criação
Já João, filho mais velho
Não seguia os ensinos
Pelo seu pai adotado
Logo se viu que o destino
Daquele jovem mancebo
Por Deus estava traçado
Até que um certo dia
Um caixeiro viajante
Passou pras bandas de lá
Fugiu João inda bem moço
Dentro de um caçuá
Indo onde sabe lá
A sua mãe Serafina
Seráfica do Sacramento
Chorava as mágoas do filho
Que partiu antes do tempo
Logo alguns anos depois
O sertão do Caicó
Perde Manoel Petronilio
Que no seu leito de morte
Lamentou ter que partir
Sem antes ver o seu filho
Nessa época, João
Se encontrava em Pereiro
No sertão do Ceará
Trabalhando de tropeiro
Lá conheceu Mariquinha
Uma donzela formosa
Se casou por ser bem vista
Mulher nova e caprichosa
Mais tarde Sá Mariquinha
Deu um filho a João Tropeiro
Que cresceu pelo agreste
Com destino poaieiro
E também cancioneiro
Dedicado a região
Repentista e violeiro
Falando as nossas raízes
Pela vida do sertão