João Tropeiro

Nas paredes do intans

A vida corria em flor

Estribarias de prata

Nas rédeas de petronilio

Manga larga vencedor

Com dois filhos Petronilio

Dividia a região

Maurino, filho mais moço

Ficou junto do seu pai

Cá no Barbosa de cima

Cuidando da criação

Já João, filho mais velho

Não seguia os ensinos

Pelo seu pai adotado

Logo se viu que o destino

Daquele jovem mancebo

Por Deus estava traçado

Até que um certo dia

Um caixeiro viajante

Passou pras bandas de lá

Fugiu João inda bem moço

Dentro de um caçuá

Indo onde sabe lá

A sua mãe Serafina

Seráfica do Sacramento

Chorava as mágoas do filho

Que partiu antes do tempo

Logo alguns anos depois

O sertão do Caicó

Perde Manoel Petronilio

Que no seu leito de morte

Lamentou ter que partir

Sem antes ver o seu filho

Nessa época, João

Se encontrava em Pereiro

No sertão do Ceará

Trabalhando de tropeiro

Lá conheceu Mariquinha

Uma donzela formosa

Se casou por ser bem vista

Mulher nova e caprichosa

Mais tarde Sá Mariquinha

Deu um filho a João Tropeiro

Que cresceu pelo agreste

Com destino poaieiro

E também cancioneiro

Dedicado a região

Repentista e violeiro

Falando as nossas raízes

Pela vida do sertão

Acauã Araújo
Enviado por Acauã Araújo em 18/11/2008
Código do texto: T1289605
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