MISCIGENAÇÃO, LIBERDADE E EXPRESSÃO
Eu posso estar cantando,
Eu posso estar me expressando,
Eu posso estar morrendo de tédio, desse modo de falar!
Palavras decoradas em frases repetidas.
Quem programou a sua vida?
Vá lamber sabão!
E pare de morder a língua.
Nem tudo o que se faz... Serve!
Nem tudo que se ensina... Usa!
Nem tudo que se aprende... Satisfaz!
Vem corrigir meus erros!
Que eu posso estar te ensinando!?
A minha ação è verbo,
O meu verbo é ação,
Contrariando a terceira pessoa,
Opondo-se aos pronomes,
Tornando-se volúvel
O complicado e o simples.
Passaram-se... O que se passou?
Falaram-se... O que se falou?
Expressaram-se... O que se expressou?
A minha língua dá nó até em professor!
Eu conjugo substantivo,
Equaciono português,
Subtraio a soma, somo a subtração.
Confundo e ensino,
Sou leve, sou pesado,
Sou fácil, sou difícil,
Sou complicado e sou simples.
A minha ação é verbo, o meu verbo é ação,
Contrariando a terceira pessoa,
Opondo-se aos pronomes
Esse caso reto já ficou sinuoso!
Posso estar mudando o verbo,
Posso estar pensando,
Posso estar me libertando
Ou apenas fazendo uma canção.
A morte espera minha vida!
No presente do futuro,
Nunca sabem ao certo
Sobre o réu ou sobre a vitima.
A terra gira me deixando tonto!
O silencio me ensurdece,
A paciência me apavora.
Numa overdose de informação,
A vida passa, levando minha juventude,
Quando percebo que não é o mesmo coração!
A imaginação engana meu suspiro,
Quando confundo inimigo com amigo
E na escola da vida,
Sou eu meu professor!
Subtraio a soma, somo a subtração,
Sou escuro, sou claro,
Sou “negro branco”,
Sou “índio português”.