Antigalha

Casa velha

Num recanto solitário

Cheira a mistério

Nos olhos de quem ver nada

Entra o dia pela noite

No canto da cotovia

Relâmpago corta o vazio

Clareia toda muralha

Onde dorme a antigalha

Um fantasma imaginário

Mora dentro do armário

Nas escadas de batentes

O arrastado de correntes

De madrugada é lua calma

Que chora de claridade

É a única amizade

Daquela bela antigalha

Nas ondas da ventania

Bate as portas é fantasia

O sino bate a hora

O canto nasce

Nas varandas da aurora.

Acauã Araújo
Enviado por Acauã Araújo em 15/10/2008
Código do texto: T1229313
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