Os Doze Pares de França

Doze signos do zodíaco

Doze secas no sertão

Doze fome para o povo

Doze pratos pro patrão

Ai, se rebela meu sertão

Doze fuzis, doze lanças

Os doze pares de França

Com a justiça na mão

Há muitas dores fincadas

Na rachadura da pedra

Muitas cercas nas estradas

Nos latifúndios cruéis

Muitos chicotes amolados

Nos olhos dos coronéis

Doze lutas, doze guerras

Doze vinganças de corte

Muitos chicotes sem donos

Latifúndios incendiados

No pastoreio da morte

Mais a doze vezes doze

Volantes da opressão

Pelas pedras emboscadas

Cobertas de escuridão

Doze mil tiros certeiros

Doze pares justiceiros

Agonizando no chão

Caboclas viúvas de amor

Botaram flores nas tranças

No peito magro do povo

Brotaram doze esperanças

Doze lendas nordestinas

Doze punhais prata fina

Os doze pares de França

Acauã Araújo
Enviado por Acauã Araújo em 13/10/2008
Reeditado em 13/10/2008
Código do texto: T1226400
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