Contrato com o diabo
- Bom dia! – Renan entrou na cozinha com um sorriso amistoso, o que faz Marine revirar os olhos, sem importar se ele veria ou não. – Como vai, prima?
- Bem.
- Ótimo. - Renan virou a cadeira em que Marine estava, de modo que a deixava de frente para ele. – Temos que conversar.
- Eu não consigo pensar em um assunto em que me daria satisfação dialogar contigo.
- Eu também não, por isso que a gente não conversa, só brigamos e transamos. - A revirada de olhos de Marine fez o rapaz rir, vitorioso. – Falando sério, ok?
- O que é?
- Cris está vindo para São Paulo.
- Uai! Que bom, não?
- Maravilhoso! Preciso que você apenas finja que não existe de forma alguma, entendeu? Cris não pode desconfiar de nós.
- Entendo.
A garota não pode evitar o amargo subindo e descendo por sua garganta.
- Nós terminamos recentemente.
- Certo. Por que a preocupação?
- Ah, qual é Marine! Você sabe que nós temos algo... – Ele passou a mão pela coxa dela, que instantaneamente o segurou – E sempre teremos.
- Sempre é muito tempo, você não acha?
- Não acho. – Ele deu de ombros, alisando agora a coxa da garota. - Não se tratando de nós dois.
- Ah, é claro.
- Você sempre vai acabar comigo, não sei qual é a dificuldade em aceitar isso.
- Você já se ouviu falando? Sabe como soa doentio e bizarro?
- É exatamente como a nossa relação e achei que já tivesse percebido isso. – Marine afastou a mão dele quando viu que já se encontrava em sua virilha. – Eu só não quero que a Cris pense bobagem.
- Então nós dois somos uma bobagem bizarra e doentia?
- Você está apaixonada por mim?
- O que?
- Bom, porque pa...
- EU NÃO ESTOU APAIXONADA POR VOCÊ!
Renan se ajeitou na cadeira, relaxadamente.
- Alguém ficou nervosa...
- Você é ridículo, sabia?
- Olha, vou ser sincero. – Marine tentou controlar a vontade de estrangular o primo. – Eu amo a minha ex, sério. Não tenho nem como negar.
- Ótima informação.
- Mas...
- Hum?
- Nós temos algo e esse algo já existe faz muito tempo, não tenho como evitar. E olha que eu tentei. Você sabe que é minha.
- Eu não acredito que estou ouvindo isso e não são nem 14h!
- Não sei porque não acredita, nós não temos mais 15 anos.
- Essa conversa está sendo a coisa mais bizarra que já me aconteceu! E olha que de bizarrice eu entendo.
- Marine, qual é!
- Eu sou “sua”. – Ela fez aspas na palavra. – Mas se sua ex estalar os dedos você volta?
- Sim! Se você não está apaixonada por mim não faz sentido esse princípio de ciúme.
- Não estou com ciúme! – Renan deu um meio sorrisinho, passando as duas mãos pelas coxas da prima. – Para! – Ele ignorou seus protestos e a puxou para seu colo. Deu uma leve mordida em seu queixo, fazendo o corpo feminino estremecer. – Que inferno, garoto! O que você está me propondo?
- Sexo casual. Sem qualquer tipo de emoção.
Marine sabia que a proposta não era imoral, de certa forma sabia que ele falava a verdade. Não eram mais dois adolescentes, poderiam lidar com a terrível atração de alguma forma, mas o contraponto era que ela não sabia o que realmente sentia por ele. Logo essa relação poderia ser perigosa.
- E aí? – A pergunta foi feita enquanto a mão dele entrava por sua blusa, acariciando seus seios.
- Aceito.
E estava feito o acordo com o diabo.