Os olhos de Luiza Cap 5

Uma nova vizinha

Otávio se sentia triste, seus pais percebendo isso faziam de tudo para animarem o filho, mas ele continuava cabisbaixo.

Um dia ele voltou da escola, chegou em casa lavou as mãos, foi almoçar, depois ajudou sua mãe a lavar a louça e varrer o quintal, como era de seu costume. Depois pediu a Lúcia para deixa-lo ficar na calçada de sua casa brincando, ela disse que sim e o menino então começou a brincar com seu único carrinho.

Foi quando reparou que uma mulher entrara na casa em frente a sua, uma carroça estava do lado de fora com um homem carregando para dentro da casa coisas que davam a entender que eram pertences da moça.

O que não passou despercebido aos olhos do garoto era que a nova vizinha possuía pouca coisa, pois na carroça estava, uma caminha, um fogão e sacolas com roupas, nada mais, ele com sua pouca idade percebeu que ela aparentava ser bem pobre.

De súbito, o menino correu pra dentro para contar a mãe que uma mulher estava alugando a casa em frente a sua casa.

Lúcia ficou curioso para conhecer a nova vizinha, porém não esboçou tanto entusiasmo quanto o garoto.

Lúcia como de costume, quando alguém mudava para sua rua, ela ia até a casa do novo morador, oferecendo um pedaço de bolo de boas vindas. Ela morava ha muitos anos naquela rua, por isso era bem avizinhada e procurava se dar bem com todos, exceto aqueles que não se aproximavam, como o Sr. Rocha por exemplo que vivia mal humorado.

Otávio logo que viu sua mãe pegando um pedaço de bolo quis saber onde ela iria, e quando sua mãe disse que era para nova vizinha, se enrrabichou atrás.

Então, a dona de casa começou a bater palmas em frente a casa da nova vizinha. Foi quando a porta se abriu e lá de dentro saiu uma moça que aparentava um olhar tristonho, seus cabelos longos e emaranhados dava-se impressão de não vaidade, o corpo esguio e os braços finos, sua feição ponderava o desprazer de receber visitas.

-Boa tarde. Disse Lúcia com um sorriso no rosto.

-Eu me chamo Lúcia, vim lhe trazer este pedaço de bolo de boas vindas.

A mulher ergueu o braço e pegou o bolo, não esboçou agradecimento, nem ao menos disse obrigado.

Otávio ficou curioso para avistar o que poderia ter na sala e esticou o pescoço disfarçadamente, afinal, aquela casa permaneceu sem morador por anos e não foi feito qualquer tipo de reforma nela para nova inquilina morar, e parecia que ela não estava se importando muito com isso.

Mas ao perceber a especulação por parte do menino, foi logo os dispensando dizendo:

-Desculpem, tenho muito serviço para fazer e amanhã saio bem cedo para trabalhar.

Lúcia ficou desconcertada com a resposta da nova moradora e falou:

- Eu é que peço desculpas, mas se precisar de alguma coisa é só me chamar.

Otávio foi puxando a mãe por escada abaixo, abismado de ver como a mulher os tratou mal. A mãe do menino por sua vez indagou consigo que havia alguma coisa de errado, pensou ela, "deixa o tempo saber".Lúcia era enriquecida dos ditados que seu pai a ensinou e procurava expresa-los no decorrer do seu cotidiano.