Alma Lunar
Sob o capuz, eu observo aqueles que passam por mim, me ignorando. Não os culpo. Pois o Sol ardente paira sobre nós, e ainda, insisto em esconder-me De seu calor restaurador. Prefiro congelar com o frio de meus pensamentos do Eterno inverno que é minha mente.
Eles me ignoram, porém consigo sentir seus olhos em mim. Não é de se estranhar. Eu não pertenço aqui. Eu sei que não. Todos a minha volta carregam consigo a luz e o calor Do verão, ou a beleza e harmonia da primavera, porém, eu carrego comigo essa invernia, Essa negação a qualquer tipo de calor, essa…alma que nega a necessidade do calor e aceita Facilmente a prata que lhe é oferecida pela Lua, traindo minhas crenças e morais pelo simples Prazer de me fazer sofrer com a friagem que recobre minha pele e repele todos que tentam Se aproximar, e os contamina, como uma doença transmitida pelo violento corte que desfiro, Anulando a bondade e gentileza daqueles que tentam cuidar de mim.
Continuo andando, e logo, sou banhado pela gélida ventania que se faz em minha rua.
Olho para cima e não sou cegado pelo brilho do Sol, e sim acalmado por minha velha amiga.
Eu suspiro e retiro meus fones de ouvido, e recebo o silêncio com um sorriso incomum.
Não há nada errado aqui. Só o frio e eu. Aqui é meu lugar, sempre foi, é sempre será.
Estava definido isso desde que nasci. E essa Alma Lunar que possuo, não me permite mentir