Agonia Masoquista Obscuramente Relaxante (A.M.O.R.)
De relance, vejo seu suave rosto pelo reflexo no vidro da janela, ou quando passas por mim.
Há vários sentimentos que descrevem o que acontece quando te vejo. Covardia, que paralisa
Meus membros sem hesitar. Nervosismo, que desfaz o ar em meus pulmões, deixando-me ofegante.
Medo, que bombardeia minha mente com as diversas possibilidades de rejeição e aceitação.
Tristeza, que faz parecer como se a gravidade sobre meu corpo dobrasse. Culpa, que se enrola
Nos pedaços de meu fragmentado coração. Consigo explicar cada um deles com facilidade.
Sou covarde pois já lutei demais, e o medo de perder se sobrepõe a minha coragem de tentar.
Sou nervoso porque sua beleza despedaça meu orgulho e ego com facilidade imensurável.
Sou medroso pelo fato de que a ventania do pessimismo segue-me onde quer que eu vá.
A tristeza que me inunda como uma represa a se partir é por conta que sei que alguém nunca
Me aceitaria do jeito que sou, e junto a ela, vem o fato de eu ter tanta culpa. Culpa que carrego comigo
Como uma chave para os portões do próprio inferno. Culpa, porque sei que mesmo que você me aceite,
Eu falharei com você. Tais sentimentos fazem de meu coração pedaços partidos e repartidos entre o
Caos que é minha mente. A Algùria de não saber oque fazer perante essa mistura de sentimentos
Cujo o nome exilou-se de minha alma é a razão de eu necessitar de algo ou alguém que me ajude a
Compreender melhor oque me tornei. Talvez um dia, encontrarei tal coisa ou pessoa, mas não vejo
Nada a minha frente além de névoa e tempestade…