5 Canções - Parte 2: Capítulo 4 – Apenas amigos

Aqui está mais uma parte da história e eu estou amando escrever e publicar aqui, os poucos comentários que recebi foram ótimos e só tenho que agradecer.

Músicas da Parte 1

Tema: Good girls go bad - Cobra Starship featuring Leighton Meester

http://www.youtube.com/watch?v=Ix5z1bRz4Sc

Capítulo 1(Apimentada): Sweet Dreams - Beyoncé

http://www.youtube.com/watch?v=JlxByc0-V40

Capítulo 2(Cantadas baratas na piscina): Na sua estante - Pitty

http://www.youtube.com/watch?v=DP3j6hgS4VY

Capítulo 3(Autismo por opção): Slow dancing in a burning a room - John Mayer

http://www.youtube.com/watch?v=IfFi4Q7ueA8

Lembrando que escolho as músicas analisando a letra e sua relação com a história e não porque estão na moda. Nenhum dos artistas ou músicas citados acima me pertecem.

Divirtam-se

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Parte 2 – Aquele que é amigo

Bom tudo que eu quero fazer realmente é te amar

De um jeito mais pessoal que os amigos são

Mas eu ainda não posso dizer isso, depois de tudo que nós passamos

E tudo que eu quero de você é, que você me sinta

Enquanto os sentimentos de dentro continuam construindo

E eu vou achar um jeito para chegar a você.

If it kills me – Jason Mraz

-Você tem certeza disso? – Perguntou Larissa, enquanto eu encarava o horizonte

-Não

Eu estava prestes a jogar a pimenta que aquela senhora havia me dado no mar.

-Isso significa tanto para você Lú, ela marca seu amor por ele.

-É por isso que eu quero me desfazer dela – Tirei-a da corrente e a joguei. – Acabou.

- Não doeu? – Ela perguntou assustada

-Mais do que você possa imaginar – Respondi com lágrimas nos olhos.

Eu sempre associei a pimenta com Lucas, porque eu o encontrei logo depois de colocar ela, e agora era ano novo e eu queria que essa história acabasse de uma vez por todas então joguei no mar a única coisa que ainda me lembrava - o. A capa do livro eu tinha rasgado e jogado fora, o autógrafo eu havia perdido, a pimenta era a última coisa que me lembrava dele e me livrei dela para recomeçar.

Por mais que eu não tivesse mais nada relacionado a ele, eu ainda tinha o choque que ele havia causado em mim, eu amadureci muito em pouco tempo e o nome Lucas ainda me causava a mesma descarga de adrenalina do primeiro dia, mas tirando maturidade ele me deixou algo bom: meus amigos, um deles meu melhor amigo graças às mensagens trocadas com a pessoa errada, Alex era um tipo de irmão mais velho, ele brigava comigo quando eu fazia algo errado e meus pais não descobriam, ele era uma pessoa para toda vida.

Tudo estava normal naquela noite ate que a gente resolveu brincar de salada mista, digo, ate que a gente parou de brincar e foi para o campinho que estavam construindo e sentamos no “murinho” enquanto Alex e Yuri entraram e ficaram jogando futebol. Estávamos conversando e os meninos pararam o jogo e ficaram ouvindo a conversa.

- Alex, fica de costas pra eu me encostar – Pedi amigavelmente, ele me abraçou – Assim não, vira – Ele virou e eu me encostei, ficamos um tempo de costas um para o outro enquanto conversávamos com o pessoal, ate que ele virou e fez a mesma coisa, e eu pensei: Por que não? E deixei ele me abraçar, quando ele passou os braços ao meu redor eu senti algo estranho, diferente, senti minha visão embaçar e meus músculos amolecerem. Relaxei e ficamos assim durante um longo tempo ate que o Yuri menor comentou:

- Vocês tão parecendo um casal assim –Eu ri

- Eu estou namorando a Lúcia, não sabia? – Ele disse rindo

Pouco depois disso senti seus braços se desmancharem ao redor da minha cintura e minha respiração voltou a ofegar. Nesses dias por algum motivo eu e ele ficamos mais próximos e era costume nosso subirmos abraçados e fazermos cafuné um no outro. Eu nunca entendi ao certo o porque disso estar acontecendo mas eu sabia que por mais estranho que fosse eu estava gostando e era isso que importava. Seu abraço me dava segurança, conforto, era bom e quando ele fazia simplesmente torcia para que o tempo parasse. Outro dia estávamos na piscina e começamos a falar de Otto, o garoto do caderno da noite de autógrafos de Lucas, e bem ele é o que podemos chamar de estranho, apesar de ser uma boa pessoa. Começamos a falar o quanto ele era estranho e lembramos que ele tinha uma queda por mim.

- Otto, Lúcia te quer! – Alex gritou e como ele morava no prédio ao lado não era difícil ter escutado. Eu morri de vergonha, mas comecei a rir, ate porque era meio improvável que ele aparecesse lá!

Mas como nessa história nada que acontecesse é provável, ele apareceu dentro de 5 minutos, eu quis me afogar na piscina, mas nada aconteceu apenas conversamos e não demorou muito ate que o garoto fosse embora. Resolvemos jogar futebol pouco depois e durante um intervalo eu cheguei para ele e falei:

- Eu te odeio – Ele me abraçou

- Por que? – Falou rindo como se já soubesse a resposta e me trazendo mais para perto, eu hesitei por um momento, mas continuei firme e coloquei meus braços ao redor de seu pescoço.

- Coitado Alex.

- Ele falou alguma coisa?

- Não, mas esse é o tipo de coisa que podia ter sido evitada.

- Relaxe – Falou concluindo o abraço e me deixando meio tonta.

Eu não sabia exatamente o que estava sentindo por ele, mas sabia que não era normal entre amigos, pensei que estava confundindo meus sentimentos e que talvez o impacto de Lucas tivesse sido tão forte que tinha me deixado desorientada, mas talvez estivesse orientada o bastante para perceber que seus abraços eram muito mais excitantes do que a jogada de cabelo de Lucas.

Eu estava tão confusa que acabei chamando um amigo meu de Alex e não quis contar nada para minhas amigas com medo de que elas ficassem fazendo muitas perguntas sobre o assunto e eu não queria falar sobre, queria apenas pensar. Pensar daquele jeito onde você olha um ponto fixo e as cenas passam e repassam em sua cabeça.

Esses fatos foram só alguns dos mais importantes porque são inúmeras as histórias de abraços e cafunés. Mas digamos que não seja apenas atração física, seja mais, seja uma paixão, ou uma carência, e se depois de tanto tempo convivendo com ele eu só percebi agora meus sentimentos? Eu só rezo para que eu não me perca em meio de seus fortes abraços, ou pior perca sua amizade em meio das minhas ilusões. Às vezes eu me pergunto se eu não dou sinais o bastante, mas eu lembro que eu não quero dar sinais, mas e o meu corpo? Será que ele não dá sinais? Será que ele não vê quando estremeço ou quando prendo a respiração para não sentir o cheiro do seu doce perfume? Talvez eu esteja sendo muito melodramática. Mas será que ele não percebe o sinal do meu querer?

Você não ouviu a palavra do seu corpo?

Não sinto nada, que você deseja

Agarrando as pérolas com os meus dedos

Segurando a mão dele como uma provocação

Você não ouviu a palavra da minha vontade?

The word of your body – Spring Awakening