Paixões & Traições - Faço tudo por você ( Capítulo 1 - PARTE II )
(Narrado por: Jasmine)
(...)
Não tive voz para lhe responder - tal situação não aconteceria se ele não fosse o garoto mais lindo que já havia visto, ou se sua voz não expressasse a perfeita combinação dos sons, como uma música, ela era a verdadeira união de virilidade e gentileza.
Ele passou boa parte da viagem escrevendo numa folha, que com o rabo do olho notei o título em negrito: Ficha do jogador.
Não pude ler as demais coisas, era necessária uma visão maior daquela que eu me limitava a fazer, para não ficar evidente que estava impressionada com sua extraordinária beleza.
Dentre as poucas pessoas que entraram depois dele, estava uma garota baixinha, de cabelos cacheados, alaranjados, de pele extremamente branca e olhos esmeralda; foi a única capaz de fazê-lo largar o papel.
- Bruno?! - disse com uma alegria espantosa. Sua voz era estridente sem esforço algum.
Sentou-se ao seu lado. Conversaram todo o percurso, nem sequer ligavam para o silêncio, que todos faziam por causa deles e contavam de suas vidas sem receios, por todos aqueles ouvidos atentos, provavelmente era a intenção deles se gabarem, já que ele tinha ido aos Alpes Suíços e ela a Punta Del Este, nas férias.
Ouvindo eles além de saber que o nome do garoto lindo era Bruno, descobri que não era comum tê-los ali. O motorista dele estava doente, e o amigo dela furou com sua carona diária.
O carro parou no estacionamento do colégio Equality Brasil. Era hora de dizer Olá a minha nova escola.
Estava adiantada alguns minutos. Tinha tempo suficiente para observar bem o local antes de começar as aulas. Prestar atenção nos hábitos daquela pequena e prestigiosa comunidade, que se escondia sob o manto escuro da elite paulistana.
Ali no estacionamento podia-se ver o pátio de entrada, havia muito verde e flores amarelas, acredito que para ornar com o brasão dourado do colégio - uma pomba de asas abertas, um escudo com as letras EB, duas espadas e ramos de oliva -, que ficava no centro do piso. Aquela não era uma escola normal, pensei.
E não era mesmo! Muitos filhos de personalidades estudavam ali. O prestigiado Equality Brasil era campeão em níveis acadêmicos latino-americanos e campeonatos desportivos. Os alunos eram todos bem apresentáveis, usavam o uniforme com naturalidade. Diferente de mim, que me incomodava com as meias 3/4 apertando minhas pernas.
Encostada num muro próximo, observei cada carro que entrava ali, a maioria importados. Mas o que foi capaz de chamar a atenção de todos foi um Vorax preto e lustrado - de carros eu entendia bem. Diogo vivia me enchendo falando deles.
Junto da máquina ninguém mais, ninguém menos que os bonitinhos da Van; e também um menino louro, uma garota de cabelos carmesim, abraçada a ele; um menino pardo, e um cara bem musculoso que jogava um molho de chaves ao alto, o proprietário da máquina.
Todos eram mesmo de longe muito bonitos e tinham uma elegância natural. Eles riam, mas sem alvoroço e pareciam não ligar para os olhares de todos que passavam boquiabertos. Simplesmente ignoravam-os.
Depois juntou-se a eles um menino moreno claro e uma garota de cabelos pretissímos. Chegaram agarrados, mas logo ela largou o garoto para abraçar Bruno e ficar sussurrando em seu ouvido.
Notei que eles não usavam o uniforme padrão azul-claro do colégio, ao invés disso preferiam usar cada um uma combinação única e trocar as cores por branco e azul-escuro.
Achei desonroso da parte do colégio dar-lhes esse direito. Porque eles podiam usar algo bonito e eu tinha de ficar parecendo uma colegial japonesa? Seria preciso eu descumprir as regras?
Hummm... Não, não melhor não.