Paixões & Traições - Faço tudo por você (Capítulo 1 - PARTE I)

(Narrado por: Jasmine)

O sol invadia meu quarto em pequenos fios de luz, ultrapassando a fina cortina cor-de-rosa. O lugar já estava arrumado; quer dizer, procurei arrumá-lo no dia anterior para ver se meu ânimo melhorava. Inevitável. Não tive sequer vontade de sair da cama.

Eu porém já me encontrava pronta para começar meu primeiro dia de aula.

Olhei no espelho e me senti uma estranha dentro daquela jardineirazinha azul-celeste, o uniforme do colégio. Me imaginava uma personagem de mangá, uma cosplayer preste a sair as ruas, sem precisar de nenhum evento marcado.

Mas por dentro eu sabia que pior que minha roupa, seria formar novos amigos. Sempre fui péssima quando o assunto era relacionamentos.

-Jasmine desça! Já está quase na hora ir para sua NOVA escola.

Ele sabia que eu não estava gostando daquilo, mas não me privou de ouvir a palavra (nova), era muito otimista em relação a mim. Dizia que daqui a dois dias (sim, ele era capaz de determinar o tempo), eu me acostumaria a nova rotina. Eu sabia que não.

N-O-V-O! Novo... Em meu dicionário isto significava: medo, angústia, lembranças, saudades... Enquanto no de outros era sinônimo apenas de: recomeço, alegria, novidade.

Quando desci a escada meu pai já estava na copa, tomava seu café da manhã.

Na mesa não havia muito mais que café, leite e pão, tudo comprado na padaria da esquina, naquela mesma manhã.

Ainda não haviam sido feitas as compras da casa. Me satisfiz em tomar somente um copo de leite. Pois a ansiedade me tirava a fome.

A conversa não foi animada. Meu pai disse que eu deveria vir para casa ao sair do colégio, que ele iria demorar a chegar, pois passaria no supermercado depois do serviço e que eu precisava ter um pouco de paciência até este momento porque não teria nada para fazer, já que a dispensa estava vazia, e a TV ainda estava encaixotada como todas as outras coisas.

Depois de falar estas coisas desanimadoras veio com um papinho de livro auto-ajuda, afim de recuperar minha vitalidade recém-enterrada: "Tudo será normal daqui a alguns dias, meu amor. Confie em si mesma" ou "Você conhecerá novos lugares, novas pessoas..." Ele não fazia idéia do que eu pretendia lhe responder, da ousadia que minhas palavras tinham.

Respirei fundo e optei pelo silêncio, para o meu bem e para satisfação dele, que estava adorando aquelas mudanças. Mudanças estas que me provocavam calafrios na espinha só de lembrar, que eu estava num lugar desconhecido e longe das minhas expectativas. São Paulo... A cidade poluída!

Antes mesmo que pudesse imaginar, já era hora de partir para o Equality, meu mais novo colégio.

Já lá embaixo em frente ao meu conjunto de prédios, não demorou para que a Van do colégio chegasse.

Ao entrar me sentei numa das poltronas da frente. Lá atrás os adolescentes tagarelavam sem parar.

Não demorou muito e o carro tornou a parar, não havíamos saído do bairro, Vila Nova Conceição para ser mais clara.

Ali entrou um garoto lindo - LINDO MESMO - As conversas imediatamente pararam. O motivo certamente era ele.

Era alto, com poucos músculos - mas o bastante para serem notados sob o blazer preto que usava. Seu rosto era extremamente mascúlo, e a união de seu queixo e seu maxilar lhe davam uma base quadrangular. Seu cabelo louro-escuro propositadamente desordenado, caía sob a testa numa leve franja e fazia par perfeito com seus olhos verdes, os quais se fixaram em mim por um curto período.

- Com licença - pediu antes de sentar-se ao meu lado.

Nandah Ferreira
Enviado por Nandah Ferreira em 03/07/2011
Reeditado em 18/07/2011
Código do texto: T3073403
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