Paixões & Traições - Faço tudo por você. (Introdução)
O que se faz quando o amor te chama e a vida e todos conspiram para que ele não se realize dentro de você?
E quando o fim do sofrimento é na verdade o início da amargura?
Complicado de entender?
Não para quem não vê ânimo algum, em meio aos altos e baixos da vida. Como me deparava a algumas semanas atrás.
Lá estava eu e meu pai desembarcando no aeroporto de Congonhas. Ele se encontrava lotado e com voos atrasados. Os resmungos impaciente de quem esperava a chamada mostrava a dura realidade do país que parava sempre que chegava aquela época. Era começo de fevereiro, os demorados buscavam chegar a tempo de recomeçar tranquilamente a antiga rotina, e os adiantados vinham de todos os lugares do mundo para aproveitar ali, em São Paulo, a semana que o carnaval lhes proporcionariam brevemente. Acontece que eu estava em dia com o tempo, não estava adiantada, e sequer atrasada. Talvez somente no lugar errado.
A maior cidade do país seria minha moradia daquele dia em diante. Graças ao meu querido pai, Dr. Marcos Castelli, um neurocirugião, que decidiu comprar mais algumas clínicas ali. - Como se as dez que possuía no Rio de Janeiro não fossem o bastante.
Nem preciso dizer que eu estava odiando a idéia de sair do Rio - minha cidade natal - de largar minha casa, meus amigos... Mas meu pai estava contente, era perceptível no largo sorriso que deu antes de entrar no táxi, um Corolla branco. O oposto do meu melancólico suspiro.
Dentro do carro sufocante, notei que o dia não se encontrava nada receptivo para recém-chegados como eu; estava nublado e com densa garoa. Pior do que o clima era a sensação nauseante que eu sentia só em saber que iria trocar de escola, e que o destino daquele táxi era estacionar em frente ao melhor colégio do país, para que eu tivesse uma entrevista com o próprio diretor e conhecesse o lugar.