Um amor que simplesmente aconteceu...
O dia havia se transformado em uma tortura para uma certa garota, pois tratava-se do natal. Não, ela não odiava o natal, mas sim seu primo que possuía um super ego inflado!
- Mãe, eu não quero ir! - choramingou já dentro do carro.
- Nós já conversamos sobre isso, Ana! - sua mãe disse séria.
- Mas, mãe... - tentou argumentar.
- Mas nada! Querida, seu irmão já está na casa da sua avó, então nós vamos para lá, sim, mocinha! E outra... O Augusto, já está bem grandinho! Você não acha que ele vai ficar te perturbando como antes, acha?
- Tá bom, mãe! - disse com agastamento.
A viagem de carro levou apenas duas horas, então logo já estavam na pequena cidade Duas Estrelas.
- Aninha, como você cresceu! - disse sua avó assim que à viu descer do carro.
- Ah, vovó, a senhora me viu no mês passado! - disse sorrindo.
- Mas, você cresceu, querida! - disse com um olhar doce.
- Não minta para ela, vovó! O dia que a Ana, crescer eu raspo minha cabeça! - disse Augusto que antes só observava sua prima ao longe, mas se aproximou logo, pois adorava chamar sua prima menor de ''baixinha''.
- Augusto, não comece! - a senhora lhe repreendeu.
- Deixa ele, vó! Esse garoto continua com cinco anos! - disse olhando para seu primo com um pouco de desdém.
- Ah, eu também amo, priminha! - disse ao pegar Ana, no colo e rodopiá-la, então a menor pôde sentir todo aquele corpo musculoso contra si.
- Me solta, Augusto!!! - gritou com raiva, pois odiava aquilo.
A mãe de Ana e sua avó foram para dentro de casa, porque já sabiam que era sempre assim entre os primos.
Augusto provocava, Ana desde os seus cinco anos...
Atualmente Augusto, tinha 18 anos e Ana 16 anos.
Eles se encontravam em poucas ocasiões, pois moravam distante um do outro, mas mesmo assim a menor odiava as reuniões em família, pois seu primo sempre infernizava sua vida.
O dia se passou razoávelmente tranqüilo, afinal Augusto precisou ir até a cidade grande comprar alguns alimentos necessários para a ceia natalina, então Ana, aproveitou para desfazer suas malas e arrumar seu antigo quarto.
Logo a noite chegou e todos foram se deitar, pois o dia seguinte já seria natal...
Todos foram dormir menos Ana...
A menor estava na varanda ouvindo música em seu MP3, então nem ao menos percebeu quando seu primo se aproximou sorrateiramente.
- Bu! - Augusto disse enquanto empurrava o ombro da menor bem de leve, mas aquilo foi o suficiente para assustá-la.
Ana soltou um grito de pavor e rapidamente retirou seus fones de ouvido.
- Augusto, seu filho da puta!!! - gritou possessa quando notou que não passava apenas de seu primo idiota.
- Ah, se assustou foi, pequena! - indagou com ironia.
- Vá pro inferno, cretino! - disse com a respiração ainda inquieta pelo susto que levara.
Augusto caiu na gargalhada ao fitar sua prima tão irritada.
- Pára de rir, idiota! - gritou enquanto socava o peito desnudo de seu primo com toda sua força, porém não era muito forte.
- Ai, pára! Está me machucando... Hahaha... - zombava da menor.
Ana com raiva... Lançou seu corpo contra seu primo com a intenção de conseguir lhe bater com mais força, entretanto, apenas conseguiu cair por cima do mesmo.
Os dois foram ao chão...
- Hum, aí já é acédio! - o maior disse rindo.
- Cala a boca e me solta! - a pequena mandou com raiva.
- Mas você que está em cima de mim, priminha! - disse jocoso ao pé do ouvido da menor.
- Você tá prendendo minha cintura!
- Hum, verdade! Mas você quer que eu te solte? - indagou a última parte com muita malícia ao pé do ouvido de Ana.
A menor até ficou sem fala...
- Eu... Eu não... - estava sem palavras, pois naquele momento o forte perfume de Augusto, adentrou suas narinas intoxicando-a.
- O gato comeu sua língua? - indagou provocante enquanto alisava as costas da menor.
Ana ficou quieta por um instante, então disse:
- Não, não o gato não comeu minha língua, mas vai chupá-la. - disse para, então beijar seu primo para a surpresa do mesmo.
Augusto ficou chocado, pois nunca pensara em beijar sua prima...
Pelo menos não daquele jeito!
O maior ficou sem saber o que fazer por um minuto ou dois, mas logo retribuiu o beijo.
Cinco minutos depois...
- O quê, foi isso? - Augusto indagou fitando sua prima, pois ainda estava sob a mesma.
- Isso foi um beijo, priminho! - disse rindo.
- Isso foi errado...
- Não, foi gostoso!
- Você é louca!
- Então, seja bem-vindo ao meu mundo! - disse e beijou seu primo novamente.
Desta vez Augusto, não esperou nem um segundo para retribuir...
Uma hora se passou entre um beijo e outro...
Ana subiu para seu quarto e Augusto foi para o dele.
Os primos continuaram assim durante muitos anos...
Se odiando em público e se amando entre quatro paredes ou em uma varanda...
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Dois anos depois...
Após uma discussão sem meio ou fim...
- Eu te amo, Ana! - Augusto disse de repente.
Ana ficou chocada...
- O quê? - indagou incrédula.
- Eu te amo! Tá surda, é projeto de gente? - disse rindo.
- Argh! Como você é idiota!
- O idota que você ama! - disse egocêntrico.
- Eu te odeio, mas também te amo.
O maior sorriu... Ou melhor, ambos sorriram.
Se beijaram e continuaram assim por muito tempo.
Amor e ódio, são primos? Bem, é o que dizem por aí...