Hipótese da Curujinha

- O Mundo só pode ser uma brincadeira. É na dimensão dele que se vibra por sustos. Mal amanhece pinta nos meus sentidos tremenda confusão: a vaca chora feito bezerro, quer doar leite por doação. Um cão late longe pelo preá suspirando o primeiro rainho de Sol. E o guri da família com restos de noite nos olhos, diz:

- Hoje escola, não! Mãeeeee.

- Em oficina de arte florir o jardim até que tenta calmaria, mas as flores todas, umas frisando os vestidinhos, outras se furtam por furtar arco-íris do céu. Ainda há noite nas imediações e têm as que se perfumam para amanhecer mais aptas à beija-flor.

- E os insetos? Do muito que se estimam na loucura do arco-flor-íris, praticam-se todos os absurdos das formas e cores. Mas isso é o algo do caos o que mais me encanta: Sou ViviBela! E por sabor de paladar insetos me apetecem, em muitos e tantos, desde o princípio das duas metades do dia, vou colhendo...

- De passarinho? Porque também sou um e hoje não estou muito bem pra algo sobre dizer... Hum! Ai, que sono!

- O Mundo em definitivo, não pode ser coisa de se levar muito em sério? E há pouca perfeição nas coisas em acontecer lá nele. De olhos grandes de observar sou boazinha, em ver tanta coisa do Mundo em silêncio meu para uns lá dele. Até sei um tanto, as urgências do sol lá fora aquecer, mas é tanto sonho pra dormir comigo. E sonhar. Ô Mundo bem grande! Faz, faz silenciozinho. Mais tarde você brinca brincar jogo amarelinha comigo.

- Hum! Também esses, os bichos e cigarras zunindo... Cavalos e lagartos pra brincar correndo. Tem gente e gato, bem-te-vis e sabiás. E pato. As galinhas do quintal. Um pavão se exibindo pra todo mundo.

- Ai! Sinto-me a cabeça zoeira e o dia ainda vai longe pra dormir. Mas quem dorme com um barulho desses?