Os ultimos dias com ela *) p.6

Fiquei exatamente 4 horas chorando, gritando, esperneando, e fazendo tudo para que aquilo tudo acabasse. Era como se o mundo de repente desmoronasse sobre a minha cabeça. Minha “namorada e melhor amiga ” iria para outra cidade. Descobri que meu pai é um inútil que vive por ai. Não sei como olhar mais para a minha mãe, depois de tudo o que eu fiz, depois de todas as nossas brigas. Eu com certeza iria repetir em todas as matérias. Tudo parecia ruim. A morte me parecia uma boa maneira de amenizar todo o que eu estava passando. Mais eu não podia morrer agora, não havia chegado a minha hora ainda. Eu tinha muitas coisas para resolver.

Sai do quarto e fui ao encontro da minha mãe, ela estava tomando sorvete por que todas as vezes em que ela se sentia triste ela se acabava no sorvete.

- Desculpe por todos esses anos em que eu te enchi o saco. – eu disse

- Sabe eu só queria que nosso relacionamento fosse igual a das pessoas da novela, queria que você me contasse como foi o seu dia na escola quando chegasse em casa. Queria ir ao shoping com você, ir ao cinema. Queria poder sentir nos dois somos uma família, mais nos não somos, e talves nunca seremo. E isso tudo é culpa minha, me desculpe.

Eu a abracei naquele instante. Um abraço apertado, talves o melhor abraço que ela já me deu. E nos dois começamos a chorar.

- A partir de hoje, nós seremos uma família feliz, eu juro para você.- eu disse

Depois de dar um grande abraço na minha mãe resolvi entrar no computador, fazia tempo que eu não entrava, e eu queria ver se Isabella estava online. Percebi que meu subnick estava com uma frase idiota então coloquei “J & B até que todas as estrelas do céu se apaguem”. E depois comecei a procurar pessoas para poder conversar. Mais a única pessoa falavel que eu encontrei online foi Bruna... Ficamos umas 2 horas conversando, e ela me chamou para ir a praia com ela no final de semana, por que havia começado as férias e toda a família dela iria,... Ficamos conversando até a hora quem ela precisou sair, por que ela estava com sono. Eu queria muito ir, mais tudo dependia se Isabella poderia ir ou não.

Depois de conversar com Bruna eu fui dormir. Devia ser uma 21:00 da noite quando o telefone começou a tocar. E eu atendi, quase morrendo.

- Alô quem fala? – eu perguntei

- Juan posso falar com você ? – percebi que a voz era de Isabella.

- Pode falar

- Me encontra daqui a meia hora na frente da escola ? – ela perguntou.

- Tudo bem, eu estarei lá. – eu disse.

Apesar de ter combinado meia hora eu cheguei quarenta minutos depois... Estava muito tarde por isso minha mãe foi me levar. E ficou esperando dentro do carro.

- Oi, então por que você queria falar comigo aqui? – eu perguntei

- Você pode me abrasar? Por favor. – ela me disse. E começou a chorar.

- O que aconteceu? – eu perguntei.

- Lembra que eu fui ao medico esses dias ? – eu fiz que sim com a cabeça – então, eu fui fazer um exame de sangue, - ela começou a chorar mais ainda – e descobri que eu estou com diabetes. – ela não conseguia parar de chorar em meu ombro.

- Calma tudo vai ficar bem. – eu tentei fazer ela parar de chorar.

E depois de alguns minutos ela parou, me deu um abraço forte.

- Amanha eu tenho que voltar e fazer outro exame, para os médicos terem certeza.

- Quer que eu vá com você ? – eu perguntei

- Não, eu não quero que você vá, por que esta sendo muito difícil pra mim suportar tudo isso acontecendo na minha vida, eu eu não preciso de uma platéia para me ver chorando. Eu não sei o que fazer ..- ela chora mais um pouco, e depois tenta se acalmar - eae você descobriu alguma coisa sobre seu pai? – eu sabia que eu precisava mentir, eu não poderia dizer aquilo bem no momento em que ela mais precisava ser consolada por alguém, então resolvi guardar aquele segredo.

- Não, eu não descobri. Mais eu e minha mãe resolvemos tudo e agora estamos bem.

– Juan eu tenho que ir embora agora. Já esta muito tarde e minha casa esta muito longe.

- Quer que minha mãe te leve para casa ? – eu perguntei

- Não, eu preciso tomar um ar, e pensar um pouco.

- Tudo bem. – Eu dei um ultimo beijo em sua boca e entrei no carro.

Eu entrei no carro, coloquei o cinto abri a janela e perguntei:

- Tem certeza de que não quer carona?

- Sim – ela respondeu

- Tome cuidado com a rua. – e minha mãe ligou o carro e fomos embora.

Eu não morava muito longe mais demorava uns 15 minutos pra chegar em casa de carro.

- Aquilo o que eu vi foi um beijo, ou eu estou louca? – minha mãe perguntou.

- Um beijo, ela e eu estamos namorando agora. – eu sorri.

- Que fofinho. – ela disse. Aposto que se não estivesse dirigindo teria pegado nas minhas bochechas e apertado bem forte.

- Falando nisso, você pode me dar dinheiro? – eu perguntei

- Posso. Quanto você precisa ?

- Uns 500 reais. – eu disse

- Depois quando eu chegar em casa eu te dou. – Minha trabalhava como advogada. Por isso tinha muito dinheiro. - Mais pra que você quer isso ?

- Por que eu quero comprar um presente para a Isabella, e você deixa eu ir pra praia com a Bruna, a família dela vai, e ela queria que eu fosse com ela. Você deixa ?

- Pode ir, mais antes tem que me passar o telefone deles, e tudo o que for possível.

- Ok – eu disse.

Entao depois de alguns minutos nós finalmente chegamos em casa. Por mais estranho que pareça nos ficamos conversando o caminho inteiro, ela me falou sobre o trabalho dela, e eu sobre a escola. Aquela foi a primeiro conversa civilizada que eu já tive com a minha mãe.

M splash
Enviado por M splash em 08/11/2010
Código do texto: T2604512
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