Sweet suicide
Tire os seus sapatos, e eu não cantarei, tampouco serei importuno.
Só não quero que fique parado aí, estagnado, como quem sofre por tortura.
Corra se preciso, pule todos os obstáculos, grite e implore, então depois deite se ao meu lado, porque o amor é um jogo perigoso, e a felicidade se encontra por trás da morte.
O amor é um jogo perigoso, corra, inflama-te aos berros.
Eu não gosto de perder meus jogos, e eu não o farei. “Dos venenos humanos, sou fina retorta”, pronta pra atingir a qualquer um que queira provar, e que se ache páreo para os conflitos.
Quero que cochiche segredos aos meus ouvidos, e quero também que faça todas as gracinhas que me tiram do sério.
Contudo não conseguirei dormir, não consigo confiar-te o bastante para acreditar que não irá embora.
Precisamos fugir, pra onde a felicidade é abundante, e onde eu tenha certeza que estaremos juntos.
Não podemos fazer isso de maneira mais pura senão com o uísque envelhecido que está guardado desde que me entendo por gente.
Então pegue o frasco bem esculpido de vidro, e o entornaremos, brincaremos de embriagar-nos.
Depois do oitavo gole tomado diretamente do gargalo da garrafa, encontra-te com baixa pressão, mas está bem.
Só precisa de um pouco de atenção, não me detenha, tenha-me agora, me prove, e eu serei capaz de te levar ao paraíso, à felicidade utópica.
Degusta-me e saberás como é.
Meu nome?
Veneno.