As Aventuras de Nick James 1 - Nick James versus Motoqueiro Escarlate
Nick James versus Motoqueiro Escarlate
Nick James, como qualquer detetive, é um cara esquisito. Além de estar sempre vestido com um sobretudo, tem horários malucos, principalmente para seus passeios. Uma vez, ele estava passeando à meia-noite (como sempre) quando entrou num bar que, para seu espanto, estava vazio e bagunçado. O dono desse bar, “seu” Júlio, estava debruçado sobre o balcão, balbuciando:
— Todos sumiram. Ninguém ficou. Nem os garçons...
Nesse instante, Nick interrompeu:
— “Seu” Júlio, quem fez esta bagunça aqui?
— Um ladrão sem vergonha, “seu” Nick.
É lógico que o Nick já sabia a resposta, mas perguntou só pra saber se o “seu” Júlio estava a fim de colaborar na investigação que ele pensou em fazer desde a hora em que botou o pé dentro do bar.
— Sabe, “seu” Júlio, que se o senhor me disser algumas coisas eu acho que posso pegar esse bandido?
— Puxa! Pode mesmo? Por favor, me diga o que quer que eu faça.
— Eu quero que o senhor me diga tudo que se lembra sobre esse ladrão, sim?
— Sim, mas me dê um tempinho para lembrar de tudo, certo?
— Certo.
Enquanto “seu” Júlio se lembrava, Nick James parecia estar noutro mundo. Ele estava vidrado numa pasta preta esquecida no chão.
— Ei! “Seu” Nick! O senhor está bem? Eu acabei de me lembrar de muitos detalhes.
— Hã? Ah! Sim. Diga.
— Bem, o ladrão era um cara alto, bem forte, vestia uma capa vermelha e fugiu numa moto quando ouviu uma sirene. Ele disse que era o temível Motoqueiro Escarlate.
— Motoqueiro Escarlate! — repetiu Nick, saindo depois em disparada, levando a pasta preta junto, no meio da noite. Nick já conhecia o Motoqueiro Escarlate e foi pra casa levando a pasta para planejar uma surpresa para o ladrão.
“Seu” Júlio não entendeu nada de nada, mas rezou para que seus clientes voltassem ao bar na noite seguinte.
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A reza de “seu” Júlio deu certo. O bar novamente estava cheio.
Como sempre, Nick James foi passear. Mas saiu mais cedo, e foi direto ao bar do “seu” Júlio. Lá, se escondeu, levando a pasta debaixo do casaco. Pouco antes da meia noite, o Motoqueiro Escarlate apareceu.
Para se ter uma ideia, das pessoas que estavam lá quando o Motoqueiro surgiu, só ficaram no bar o “seu” Júlio e, é claro, o Nick.
Só que Nick não tirava o olho do Motoqueiro. Assim, viu que ele deixou todas as testemunhas saírem ilesas, o que deixa claro que ele pretendia partir logo, e também o viu vasculhar o bar com os olhos, como se estivesse procurando alguma coisa. Aí o Motoqueiro pareceu cansar de procurar e botou o revólver na boca do “seu” Júlio:
— Fala, velho! Onde foi que tu escondeu a maleta? Anda, fala ligeiro! Ou será que tu prefere uma bala na goela? — o Motoqueiro, ao falar aquilo, já estava engatilhando a arma, e o “seu” Júlio já todo cagado. Aí entra em cena o salvador Nick James:
— É isto o que você procura?
O Motoqueiro, assustado, deixa sua arma cair, e, furioso, parte pra cima de Nick, que deixa a pasta cair. Em meio a isso, “seu” Júlio telefona para a polícia.
Nick aceita a parada e dá uns bons socos no bandido, que também não deixa por menos. Mas, no final, Nick põe o Motoqueiro a nocaute e a polícia chega e prende o Motoqueiro por tentativa de assalto e por causar baderna em propriedade alheia.
— “Seu” Nick, como foi que o senhor soube que o Motoqueiro ia voltar?
— Elementar, meu caro “seu” Júlio! — disse cheio de pose — Na outra vez, ele ouviu a sirene e se mandou daqui. Porém se esqueceu da maleta onde estava o dinheiro do roubo. Aí, teve que voltar e voltou hoje. Teve azar, pois o senhor chamou a polícia enquanto eu o segurava aqui, não o deixando fugir. A propósito, o senhor não gostaria de me acompanhar? Poderemos ser úteis na delegacia.