O papagaio Papão
Certa vez na mata, nasce um papagaio, os pais faziam a maior algazarra, para alimentar e proteger o filhote.
Mas não perceberam que com a festa que faziam, chamavam muita atenção.
Até que certo dia, quando os pais do papagaio retornavam para alimentá-lo, ele tinha sumido. Sobrevoaram por toda a mata e viram uma pessoa levando seu filhote, mas nada puderam fazer para evitar que levasse seu filho.
O homem levou o pequeno animal até o vilarejo, vendeu-o a seu Juca, que logo providenciou uma gaiola e começou a tratar o papagaio.
Recebeu o nome de Papão, pois tinha uma fome voraz, comia tudo que ganhava.
Quando já estava crescido e se alimentando sozinho, Papão começava a repetir algumas palavras e assobiava.
Sua vida na gaiola era limitada, não podia voar como os outros pássaros que perto dele chegavam, pois seu Juca tinha cortado as penas de sua asa direita.
Todas pessoas que chegavam perto de Papão, o achavam muito bonito e animado, repetia diversas frases e cantava algumas pequenas canções. Mas ninguém sabia que se sentia triste e infeliz, tentando com as pessoas esquecer um pouco sua agonia.
O tempo foi passando, seu Juca já com certa idade, não dava tanta atenção a Papão, não percebendo que suas penas tinham voltado a crescer e já conseguiria voar.
Numa manhã ensolarada, Papão levantou vôo e subiu numa arvore bem alta, conseguindo pela primeira vez sentir a liberdade.
Sem pensar duas vezes, voou até a mata que estava próxima, encontrando logo vários outros papagaios, com os quais seguiu sua vida.
Hoje vive feliz com seus novos amigos, mas de vez em quando passa perto da casa de seu Juca que o acolheu com carinho, somente para matar a saudade, mas logo vem a sensação de estar preso, e volta rapidamente para a mata.